segunda-feira, 21 de outubro de 2013

O Primeiro-Ministro inaugurou, nesta tarde de segunda-feira, 14 de Outubro, a primeira agência do Banco da Cultura culminando um trabalho de alguns anos a esta parte, do Governo através do Ministério da Cultura, para uma solução concreta para responder à grande necessidade de financiamento por parte dos agentes culturais. Um projecto que, tanto o Primeiro-ministro, José Maria Neves, quanto o Ministro da Cultura, Mário Lúcio Sousa, acreditam que irá ajudar a dinamizar e a promover uma verdadeira economia da cultura, transformando em riqueza económica a nossa grande riqueza cultural.


Visivelmente satisfeito, o Primeiro-Ministro, em entrevista ao PMTV, afirmou a sua convicção de que  o Banco da Cultura (BC) irá ajudar a dar uma resposta concreta e efectiva à grande dificuldade de financiamento dos artistas e seus projectos, sendo, por isso, uma medida clara para a dinamização do sector cultural e a sua transformação para que possa constituir uma verdadeira economia da cultura, ou seja, para que a nossa grande riqueza cultural possa corresponder ao seu potencial enquanto gerador de riquezas e contribuir efectivamente para o crescimento do PIB nacional.Com critérios rigorosos e transparentes o referido banco irá “criar condições para financiamento dos agentes culturais, mas sobretudo, abrir as possibilidades para que possa haver mais igualdade de oportunidades entre todos”, e com custos mais baixos.O Ministro da Cultura, Mário Lúcio Sousa, por sua vez, destaca o pioneirismo de Cabo Verde com este projecto, sendo um dos primeiros bancos do tipo no mundo. “Para o país representa a inovação, e a cultura tem esse papel, de ser um dos primeiros países do mundo que tem um banco da cultura…”, inclusive merecendo a atenção de outros países que vêm solicitando a consultoria de Cabo Verde na efectivação de projectos idênticos, nomeadamente Angola e Moçambique.Sobre a importância do Banco, Sousa afirma que o banco vem precisamente preencher aquela lacuna relativamente ao financiamento da arte, já que os bancos comerciais não costumam apoiar projectos “intangíveis” como é a arte. “Não acreditam no intangível, querem é matéria, não é?! Aquila que chamam garantia real e nós estamos a falar de garantia abstracta, o intangível é um valor e o BC trabalha com esse valor.Ainda em relação às formas de financiamento dos projectos pelo BC, o Ministro da Cultura explica que há seis sistemas de financiamento, nomeadamente o financiamento a fundo perdido, o financiamento reembolsável, através do Fundo de Garantia ou ainda através da Lei do Mecenato ou ainda através do adiantamento de verbas, ou de aquisição de obras de artes. De acordo Com Sousa, são processos simples e que os interessados poderão aplicar para os referidos financiamentos através de formulários online, com resposta directa através de sms ou e-mails. Fique atento à reportagem do PMTV sobre esta mesma matéria.

O Banco da Cultura tem 217 mil contos disponíveis para financiamento de projectos culturais, e todos os artistas e agentes culturais cabo-verdianos podem ter acesso à verba, anunciou segunda-feira, na Praia, o ministro Mário Sousa Lúcio.

Segundo o ministro, todos os artistas ou agentes culturais com projectos ligados à cultura podem ter acesso ao Fundo Autónomo de Apoio à Cultura (FAAC) através de cinco formas de financiamento, como a fundo perdido, reembolsável, adiantamento de verbas, fundo de garantia do BIDC e da lei do mecenato.
“Em todas as ilhas, existem um balção do Banco da Cultura, onde se pode apresentar os projectos”, disse o ministro, explicando que esses projectos têm de cumprir alguns critérios, como fomentar o emprego e gerir rendas, acesso à cultura, integração social e cultural, criação e inovação, sustentabilidade financeira e credibilidade técnica e financeira.
Mário Sousa Lúcio adiantou que o banco, criado há dois anos, conta neste momento com 199 projectos de pedido de financiamento ligados à música, filmes, artesanato, eventos culturais, espaço cultural, literatura, artes plásticas, teatro e dança, comunicação multimédia e entre outros.
“Todos os projectos têm de ser credíveis”, indicou, apontando que os projectos de fundo perdido e projectos orçados até 1500 contos não passam pelo banco comercial e que são financiados directamente pelo Banco da Cultura.
Por sua vez, o primeiro-ministro, José Maria Neves, assegura que o Governo pretende criar condições para o financiamento dos agentes culturais, abrindo “possibilidades para que possa haver mais igualdade de oportunidade entre todos”, de forma a terem acesso a apoios não reembolsáveis, mas também a financiamentos com custos mais baixos em igualdade de oportunidade para todos.
O chefe do Governo declarou que o Ministério da Cultura está a dar um “grande passo”,  que irá “provocar mudanças de atitude, de comportamentos” e uma “nova forma de abordar a cultura”.
“Cabo Verde tem grandes talentos culturais, onde estamos a criar e inovar, e é possível transformar todos esses talentos em riquezas, já que não temos recursos naturais”, referiu José Maria Neves, salientando que é “necessário apostar fortemente” nessas riquezas e patrimónios.
Gugas Veiga, produtor musical e agente cultural, explicou que esse fundo é “uma grande oportunidade para os artistas” e que vai criar espectativas em relação ao financiamento dos projectos dos agentes culturais para quem o fundo significa “o renascimento de uma nova esperança”.
Segundo o agente cultural, apesar do banco estar a funcionar há dois anos, existe ainda algumas burocracias, mas afirmou que vão trabalhar para que os projectos futuros se concretizem e sejam financiados dentro das normas previstas e dos critérios existentes.
O Banco da Cultura foi criado pelo Fundo Autónomo de Apoio à Cultura, e tem por objectivo contribuir para a preservação, defesa e valorização do património cultural cabo-verdiano, financiando projectos na área ca cultura, a fundo perdido e ou a título reembolsável.