sexta-feira, 5 de abril de 2013


O Atlantic Music Expo Cabo Verde (AME_CV) conta com 41 inscritos para showcase de artistas nacionais e mais de 60 inscritos internacionais de 30 países. O maior mercado da música anunciado ao mundo em Outubro passado no Womex (World Music Expo), na Grécia, visa atrair gente dos quatro cantos do globo que queiram saber mais sobre a música cabo-verdiana e não só.

O Ministério da Cultura abriu as portas para o maior mercado internacional da música em Cabo Verde. Uma oportunidade para artistas, agentes, managers, produtores e demais envolvidos no mundo da música mostrarem o que se faz no país.

Ao todo estão 41 inscritos para o showcase, um espaço onde artistas seleccionados poderão mostrar ao vivo as suas criações sobre o olhar de profissionais internacionais exigentes, fora as 60 inscrições internacionais recebidas até ao momento, abrangendo profissionais de mais de 30 países.
Dos inscritos para o showcase, apenas 13 foram seleccionados para uma apresentação em concertos muito específicos para profissionais: Diva Barros, Bau e Hernani Almeida, de São Vicente; João Eugénio, (São Nicolau), Sara Alhinho, Jay e Djodje (Santiago), Kaká (Boa Vista), Dani Santoz e Uziel Sança (Sal), Michel Montrond  e Neusa (Fogo) e os Irmãos Unidos (Santo Antão).
Para além de algumas desilusões de artistas que não foram chamados, críticas logo surgiram por causa do pagamento de três mil escudos para a inscrição e a não confirmação de que todos irão participar dos concertos. Ana Maia, coordenadora do AME_CV, explica que não se tratava de castings, uma vez que nas inscrições obtidas fazia-se uma selecção.
“Os mercados internacionais têm as suas regras. Este não é um festival de talentos e uma das características é que as inscrições devem ser pagas para a sustentabilidade do próprio mercado”, diz Ana Maia.
Por se tratar de um mercado para profissionais e, se assim é, “quem é profissional”, na óptica daquela responsável, deve ser o primeiro a dar sinal disso. “É um investimento”, entende. “Há produtores nacionais que, nos encontros que fizemos, se mostraram abertos e disponíveis a ajudar esses artistas, pagando-lhes tudo”.
A par do showcase ainda, segundo Maia, os artistas que se inscreveram, quer os seleccionados quer os não seleccionados, poderão participar em vários momentos de aprendizado, troca de experiências e conhecimentos, tais como conferências, workshops, feiras de instrumentos e stands (de promoção, de instrumentos e equipamentos). “Para essas áreas há um total de mais de cem participantes nacionais, abrangendo mais de setenta músicos, agentes, managers, produtores, editores, instituições, municípios”, conta.
UM EVENTO DE PRESTÍGIO
O Ministério da Cultura diz que está a apostar na qualidade para um maior prestígio e reconhecimento dos actores internacionais da música de modo a atrair um maior número de investidores nessa área.
E quanto às críticas segundo as quais alguns artistas com talento reconhecido em Cabo Verde terem ficado fora dos concertos, a coordenadora da AME_CV salienta que, tratando-se de um evento sério, “profissionais sérios foram chamados”.
E explica também: “O mercado tem os seus critérios previamente definidos a nível mundial e, nisso, se não se cumprir com esses critérios, qualquer iniciativa deste tipo perde prestígio e os profissionais estrangeiros não se deslocam a esses mercados; sem estes, portanto, desaparece, ficando com isso os artistas prejudicados”.
De todo o modo, segundo a mesma fonte, para evitar certas situações, um júri internacional tratou de cuidar da escolha dos artistas para o concerto. “Esse júri foi proposto pelo Womex, World Music Expo, e foi constituído por Christian Mousset (director do Festival de Angoulême, França), Carlos Seixas (director do Festival de Sines, Portugal) e Ivan Ferraro (director da Feira da Música do Ceara, Brasil).
HARMONIA, PARCEIRA DA AME_CV
A Hamonia Produções, representada em Cabo Verde por Djo da Silva, é um dos parceiros fortes do Atlantic Music Expo Cabo Verde. Por ser uma empresa de música com experiência em eventos internacionais foi o parceiro cabo-verdiano indicado pela própria Womex, que nunca esteve em África, antes.
“O MC é o promotor do evento, mas não tem capacidade técnica, nem profissionais especializados para a execução do mercado. Por isso fez um contrato com a Womex e seus associados. As inscrições internacionais são pagas directamente para a conta da Womex, na Alemanha, usando a plataforma da Womex. Para facilitar a participação nacional, pediram à Harmonia que aceitasse o pagamento das inscrições em Cabo Verde”, esclarece Ana Maia.
Este é um evento com um público-alvo específico, e junto destes, o MC garante que houve uma ampla difusão. “Tudo isso foi explicado em todos os encontros feitos em várias ilhas. Não há concorrência, há contactos”, enfatiza aquela porta-voz.
Durante o EMA_CV está prevista uma formação ministrada por experts internacionais dirigida aos profissionais nacionais marcada para 7 de Abril, com o intuito de explicar o funcionamento e os benefícios do mercado mundial de música. A todos os inscritos serão fornecidos um crachá que lhes permite participar activamente no mercado e podem levar seus CD's, flyers, DVD’s, cartões-de-visita e os distribuírem aos directores de festivais, produtores, agentes e managers.
“Haverá speed meetings, encontros facilitados entre os caboverdeanos e os estrangeiros, assistidos por instituições do Estado, para ajudar nos contactos e nas negociações, entre várias outras actividades”, diz Ana Maia.
APRESENTAÇÕES PELAS ILHAS E MUNDO
Recorde-se que o AME_CV foi apresentado, com a presença do ministro Mário Lúcio Sousa, entre 5 de Janeiro e 10 de Março, em São Vicente, Porto Novo, Ribeira Grande, Paul (Santo Antão), Sal, Ribeira Brava e Tarrafal (São Nicolau), Boa Vista, Maio, São Filipe, Mosteiros e Santa Catarina (Fogo), Brava e na cidade da Praia (Santiago). O Ministério da Cultura garante que foram convidados todos os interessados dos restantes municípios.
“Em todos esses lugares houve encontro com os músicos e agentes culturais, em que se explicou detalhadamente, com vídeo e powerpoint, tudo sobre o mercado. Ainda foram distribuídos folhetos, flyers, contactos e esclarecidas todas as dúvidas. As informações ainda foram colocadas no site ww.ame.cv e outros meios de comunicação”, conclui Ana Maia, que com estes dados espera ter esclarecido todas as dúvidas e questões sobre o AME_CV.

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